Tulherias (parte VI)
Queridos amigos leitores observo que para a compreensão de ter de modo recorrente este tema, faz-se mister que haja um esclarecimento do “por que” nós trazemos à pauta o Palácio das Tulherias.
Acredito que podemos aqui discorrer sobre o envolvimento afetivo que aconteceu nos primórdios das manifestações mediúnicas, quando não havia a menor noção do porvir que acarretou a Doutrina Espírita através do querido e muito admirado por nós, Allan Kardec.
Para que haja a nossa interação relativa ao envolvimento afetivo com as vivências no Tulherias, é importante fazer uma reflexão e colocar-se na época em que tudo aconteceu.
O Mundo era bem diferente do que é vivido na atualidade, apesar do distanciamento pela falta da possibilidade da tecnologia que é disposta hoje, havia a intimidade presencial, as pessoas eram mais próximas. E, independente das classes sociais, da dificuldade de comunicação tecnológica e do transporte entre as cidades e os países, os relacionamentos eram presenciais, as amizades eram vividas “face to face”.
Nós vivemos no Palácio das Tulherias, era a época dos mecenas, fomos recebidos e participamos do dia-a-dia do Imperador Napoleão III e da sua esposa que me acolheu com amizade irmã e tínhamos afinidade recíproca e acolhedora.
Mormente ao relacionamento familiar e a amizade que nos unia, havia as questões mediúnicas que eram pela família tratadas com respeito e admiração. Muitos médiuns foram recebidos no Palácio, onde dispunham as suas aptidões, muitos cientistas e pesquisadores participavam das reuniões para tentarem definir o que se passava naquele momento, inclusive Allan Kardec era frequentemente recebido pelo Imperador para conversar sobre os estudos dos espíritos por ele desenvolvidos.
Toda essa gama de afetuoso relacionamento nos traz o desejo de partilhar com vocês essa vivência, porque as teorias, os estudos, as experiências, não falam do que se passava em nosso íntimo, do que estava em nosso coração.
O amor que tínhamos pela manifestação, o respeito pelo estudo dos doutos e pelo professor Rivail não é relatado, mas existiu e foi o que nos deu força para suportar as perseguições e as injustiças às quais fomos alvo.
Poderíamos aqui relatar embates que eram propositalmente incentivados para nos afastar da nossa missão, mas o amor que era sentido por nós nos momentos das manifestações nos dava força e alimentava a coragem para não declinarmos da nossa missão.
Sim, quero falar sobre o Tulherias e sobre o que nós médiuns que vivemos à época precursora do espiritismo tínhamos como desejo de trazer ao Mundo o que era para nós também sem explicação, mas que inundava o nosso coração de prazer indizível, vivíamos a plenitude do Amor Incondicional, vivíamos a vontade de dizer ao Mundo que: “Sim, há vida após a morte”!
Os artigos sobre o Tulherias são o que houve de belo e puro, apesar dos momentos difíceis e das injustiças. Vencemos, eis aqui o nosso relato e a satisfação de ver a expansão do que vivemos e mostramos ao mundo.
Sim, há vida após a morte!
Abraços do amigo, D. D. Home.
Espírito: Daniel Dunglas Home
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