Daniel Dunglas Home

É pela caridade que nos conectamos com o sublime. A caridade é o gesto que transpõe os azedumes e as malquerenças que contaminam os relacionamentos.

Não queremos aqui ficar submetidos a dogmas ou a conceitos comportamentais. Queremos sim estar livres, com o coração sem máculas e com a mente em alinho perceber o nosso estado emocional diante do gesto caritativo.

Certamente há os que têm carências materiais, os que têm fome, sede e frio. Estes precisam da caridade porque sem o mínimo para a sua subsistência, não são capazes de erguer a fronte, pesa-lhes a vergonha pela mendicância.

Amigos, aqui vos falo do que é para nós outros o “Emblema da Caridade” como fonte de Luz e Amor.

Aqueles que vivem na penúria, que não conseguem sequer o alimento para manterem-se vivos, estão em total situação de sofreguidão perante o mundo. A fome abala a autoestima, a fome agride o moral, a fome deprime e dói.

Quando fores fazer um ato caritativo com a ação premissa para aplacar a fome de alguém – em estado de sofreguidão – estendam as mãos e, além do alimento, ofereçam com carinho o que for necessário para atenuar o sofrimento dessas pessoas. A compaixão que envolve tal gesto impulsiona a ação que além de atender o estado carente da matéria física, irá abrandar as lágrimas que rolam desses corações tão destituídos de aconchego e carícia.

Quando aturdidas pela situação de penúria física e emocional, as pessoas têm a sensação de total abandono. Para uns é o momento de estender os braços aos céus e pedir clemência. Porém, para outros há ainda resquícios de revolta, e a desarmonia física e espiritual os levam a desatinos, transcorrendo dessas atitudes tresloucadas o cárcere em abismos de dor e amargura.

Não cabem análises ou elucubrações, não somos capacitados para fazer julgamento ou, até mesmo, querer justificar as ações e os atos que são, por vezes, tidos como violentos e intempestivos, temos que voltar o olhar para a abnegação e atuar de modo imparcial, volvendo-se apenas para o sentimento de compaixão como primordial para que nos despojemos das questões de merecimento para a ação em prol da caridade pura, onde cada gesto, cada ação estará imbuído pelo Amor, sim O Amor que envolve o sentimento de compaixão nos desloca do julgamento e do posicionamento de embate, para a doação sem interlocuções, mas com o desejo supremo de apascentar o sofrimento daqueles que de nós merecem respeito e atenção.

É difícil aqui com palavras descrever o que há de belo e sublime nas ações caritativas. Há o envolvimento de Esferas que – embora não sejam correlatas com falanges socorristas – ficam de tal modo tocado pela benevolência das atitudes em socorro dos vitimados pelas carências materiais espirituais, que se compadecem dos sofredores e atuam em prol da emancipação e libertação dos que estão presos às amarras de sintonias malfazejas.

A “Caridade Invisível” é assim atuante, deslocando terríveis condições de abismos psíquicos e emocionais, onde se encontram aqueles que não tiveram consciência da liberdade que nos é oportunizada pelo livre-arbítrio, e se introjetaram em sintonias malfazejas, levando dor e sofrimento pelos caminhos que percorriam. Agora vem o retorno, tudo o que lançamos volta em nossa direção. Se for ação em prol do Bem, assim teremos o retorno no Bem. Porém, há os que não se colocam em sintonias de Amor, dando rumo negativo ao seu caminhar, esses terão o retorno que foram por eles palmilhados.

Não nos cabe julgar, ou fazer juízo de mérito ou demérito, cabe-nos ter a mente em alinho, o coração em paz e ações em prol dos que necessitam da nossa compaixão.

Temos que suprir as necessidades físicas e apascentar os corações em estado de lastimável dor. Na medida do possível ajudá-los, amenizar lhes o sofrimento e, através dos gestos de amor, os envolver em sintonias de Luz, para que possam vislumbrar uma saída para o estado em que se encontram no momento.

Esse texto traz certa tristeza para o nosso coração. Porém, não é dor incomum, essa dor de tristeza que sentimos quando volvemos o olhar para aqueles que estão em situação de sofrimento, já é a compaixão que nos impulsiona para a caridade. Essa dor é a dor do Bem, é a dor da sensibilidade que une e apazigua os estados de desespero e distanciamento das conexões com o Divino.

Vamos deixar a “Dor da Compaixão” acalentar o nosso coração e através de gestos de benevolência vamos transmutar essa dor em Amor e atitudes em prol daqueles que estão em situação de carência, seja ela material, física ou emocional, espiritual.

Vamos assim… Fronte erguida, mente em alinho, coração transbordando em Amor, levar sintonias benfazejas onde quer que estejamos.

Abraços do amigo, D. D. H.

Espírito: Daniel Dunglas Home.

Médium: Cenira Pereira, em 18-11-2019.