Daniel Dunglas Home

Corriqueiramente hão de falar que o que está nas Escrituras Sagradas é apenas retórico. Para outras tantas pessoas irão surgir interpretações mais afetas ao misticismo. Para os que só veem o que os olhos alcançam, todas as menções sobre o Sagrado serão interpretadas a Luz do que é material e tem lógica teoricamente comprovada.

De todo modo, não obstante o respeito e a consideração que dispensamos a todas as interpretações que são alocadas aos Escritos Sagrados, iremos dispor da solicitude dos queridos leitores e fazer algumas considerações que são para nós pertinentes.

Os Escritos Sagrados, ou as Sagradas Escrituras nos parece terem amplo espectro para o estudo e para a interpretação livre de paradigmas e de formas de lógicas pré-concebidas, muitas vezes, pautadas por preconceitos, por raciocínios contaminados pelo malquerer, o que desvia as análises e as interpretações da verdade e da eloquência que nos faz crer que há conteúdo profundo para o entendimento do Ser Humano como parte pensante do Universo, com capacitação para interagir e, até mesmo, gerir a interação Homem X Natureza, dispondo de auspiciosas interlocuções.

A Natureza é em si autônoma e autossuficiente. Entretanto, o Homem apesar de ter a razão, o raciocínio e o livre-arbítrio, não tem a autonomia e a autossuficiência que a Natureza dispõe.

Cabe ao Homem a gestão dos meios para conviver com a Natureza. Para tanto, ele tem que ter a consciência e a lucidez para interagir com a Natureza sabendo que está diante de Forças e de Energias que lhes são benéficas, que a Natureza e o Homem são unos, que podem interagir como Obra que o Divino dispôs para a vida na Terra. 

A Natureza é paradoxal e mutável, sem que para tanto precise do Homem. O Homem em relação à Natureza tem o dever de vê-la como razão suprema para o bem-viver na Terra.

À medida que o Homem for interagir na Natureza deve ser consciente de que está diante de possibilidades infinitas, em diversos aspectos, digo: Em nível de sobrevivência material, porque tira da terra o alimento para a sua sobrevivência; em nível de hidratar-se, sabendo que a água potável é fundamental para a vida no planeta; e percebendo a sutileza energética que é advinda dos eflúvios que são emanados de diferentes modos pelos segmentos que constituem a Natureza em si; enfim… Poderíamos discorrer sobre inúmeros benefícios que a Natureza nos dá, mas para finalizar e sem que precise qualquer explicação, recebemos da Natureza o Oxigênio que é primordial para a vida no Planeta Terra.

Você deve estar a pensar: Daniel, e as Sagradas Escrituras?

Respondo: Pautamo-nos pelo descrito nos parágrafos anteriores, digo-vos: Eis aí as Sagradas Escrituras, não há nada mais Sagrado para a compreensão da vida do que a interação Homem X Natureza. Tudo parte dessa premissa. Se o Homem estiver pleno e consciente de seu lugar na Terra, ele terá o vislumbre do Sagrado. O Sagrado não pode ser compreendido ou analisado sem que haja a valoração da Vida na Terra.

Qualquer Escritura Sagrada para ser compreendida em sua essência e em comunhão com o Universo e seus enigmas, deve ter como base e certificação o Universo como um todo, o Universo uno com as Esferas de Luz e Amor.

Toda essa Força da Natureza é gerida e advinda de Esferas Superiores, que ainda não somos capazes de alcançar a sua magnitude e magnificência.

Se não alcançamos esse patamar, provavelmente é porque ainda temos muito que aprender enquanto Seres que estão palmilhando o entendimento do Universo que nos é a base para a vida.

O Sagrado está além do nosso alcance, o que nos cabe na atualidade é ter a humildade para admitir que não somos bons interlocutores com a Natureza, que não a vemos com o respeito e com a abrangência que nos faz dependentes dela. Para dar início ao caminhar em direção ao entendimento do Sagrado, temos que começar por perceber o que nos cerca, como vivemos e interagimos com a Natureza e uns com os outros. Desse modo, estaremos a caminho para o entendimento do Sublime, do Sagrado.

Urge a conscientização do Homem como Ser, como Obra do Divino, e conduzir-se humildemente, irmãmente, tanto com a Natureza em sua totalidade, incluo aqui o reino animal, como em integridade ao Universo, uno ao Universo com todos os seus mistérios e com todas as suas possibilidades que ainda não somos capazes de vislumbrar.

Abraços do amigo, D.D. Home.

Espírito: Daniel Dunglas Home

Médium: Cenira Pereira, em 12-07-2020.