Tulherias (parte V)
Dando continuidade ao nosso diálogo sobre o Palácio das Tulherias gostaria de esclarecer que – embora o Tulherias seja mais evidente em nossos artigos – participamos da convivência em muitos outros Palácios na Europa.
A época era de descoberta da existência de vida após a morte, o que para algumas pessoas causava dissabor, para outras a curiosidade os instigava a participar das “reuniões espíritas” – notadamente, queremos aqui deixar explícito que as reuniões não eram assim conceituadas, porque ainda não se tinha a noção clara sobre espíritos – havia o despertar para o inexplicável em nível científico que pudesse esclarecer os fenômenos físicos e as manifestações extrassensoriais que eram vistas pelos que participavam das reuniões.
A nosso favor tínhamos os estudos de Allan Kardec e de cientistas de renomado saber que viam os fatos envolvendo os “médiuns” com observação voltada para estudos que, até aquela época, nunca haviam sido postos em pauta.
As manifestações foram se espalhando pelo Mundo e cada vez mais contumaz em suas interações com as pessoas, o que fez com que a Igreja se posicionasse de modo peremptório, contra qualquer ensejo que estivesse envolvendo o que acontecia relativamente à apresentação de fatos que levavam a aceitação da vida após a morte.
No Tulherias tínhamos a nosso favor Napoleão III e sua esposa que eram receptivos a tais reuniões e observavam o que se passava no momento com o olhar respeitoso e desejo de saber mais sobre os manifestos. Todavia, a força da Igreja Católica era dominante e os monarcas não se colocavam contra os ditames da Igreja, isso fez com que os manifestos fossem rechaçados e perseguidos sem clemência, porque a sociedade não era capaz de contrariar os ditames da soberana Igreja Católica.
Eu e outros médiuns que também participavam efetivamente dos manifestos fomos perseguidos e caluniados com a premissa de desqualificar as manifestações por nós apresentadas
Allan Kardec também foi severamente prejudicado em sua vida pessoal e social por ser adepto de tais manifestações, estudando-as e as colocando em patamar de elevado padrão de aceitação e de estudo.
O Tulherias foi durante um bom tempo palco para as manifestações mediúnicas, inclusive, havia mecenas que apoiavam os médiuns a fim de que esses pudessem ter tempo disponível para se dedicarem a causa, que tempos depois foi chamada “Causa Espírita”.
Muitas lembranças nos levam a ter esse “diálogo” com vocês, gostaria de ser capaz de mostrar um pouco do momento que foi o precursor do que é hoje a Doutrina Espírita, afinal esse é o nosso testemunho. Ainda hoje somos estudados por cientistas em diversas vertentes.
Vida que segue!
Abraços do amigo, D. D. Home,
Espírito: Daniel Dunglas Home
Por: Cenira Pereira, em 22-06-2021.
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