A compaixão

Muito se fala e se escreve sobre o perdão. As teorias são elucidativas e sempre têm uma conotação de que o perdão é um ato, uma ação Divina. Por vezes, as pessoas que se supõem aptas a exercer o perdão ficam tão embevecidas que se consideram em elevado padrão vibracional, ungidas pelos avatares do Universo. Ainda temos aqueles que ao tomarem conhecimento das teorias divulgadas sobre o perdão pensam que nunca conseguirão atingir o patamar de pessoa que é capacitada para ter esse desprendimento e abdicar de questões personalistas para imbuir-se de perdão.

Assim, diante de tantas teorias e elucubrações, o perdão é ditado para o conhecimento de sua importância perante as Atmosferas de Bem-querer e de União Fraterna.

Mas, vejamos, vamos aqui fazer uma ponderação: Se o perdão for bem entendido, se for analisado de modo crítico e livre de dogmas ou de conceitos comportamentais, poderemos perceber que ele, o perdão, não é destituído de indulgências ou de análises introspectivas, o perdão não é ato superficial, pelo contrário, ele é ademais reflexivo e contém grande parte das questões de foro íntimo que não passam por críticas meramente comportamentais.

Para se chegar ao perdão – aqui incluo também o auto perdão, que considero deveras importante para que se possa ser autêntico e ter autenticidade nas ações e nas reações – mas, continuando…  para se chegar ao perdão temos que percorrer algumas questões que embasam as nossas emoções e consequentemente estão afetas aos nossos pensamentos, ao modo como vemos e vivemos as relações em nosso dia-a-dia.

Cremos que não é possível viver o perdão a pessoa que não se sensibiliza pelas emoções dos seus semelhantes, aquele que é indiferente ao sofrer do seu semelhante, que não tem sensibilidade para estar predisposto ao intercâmbio com as pessoas, de um modo geral, não tem como viver o perdão. Porque perdoar requer interação íntima consigo e com o outro. É preciso sentir, é preciso estar em estado de alma uno com o que acomete as pessoas, logicamente há nuances que nos passam despercebidas, porém o que é marcante, o que traz dor ou alegria, é-nos afetado quando temos o olhar comprometido com a interação com o Universo. Nesse caso, o que se passa com uma pessoa, é percebido pelo outro de modo irmanado com aspectos de sensibilidade e de interesse afetuoso.

Aí está a compaixão.

Para alcançarmos o perdão é fato “sine qua non” que estejamos comprometidos com o outro de modo irmanado, assim teremos compaixão e estaremos a caminho, de modo leve e sem ilusões dogmáticas ou teóricas, do perdão.

O que é a base para os movimentos em prol da Bem-aventurança é estar a viver o Amor Incondicional, ainda que não o tenhamos em sua totalidade, mas uma leve emanação desse sentimento já nos conduz a sintonias que nos colocam a caminho da compaixão e consequentemente do perdão.

Parece-nos difícil, mas não é. Tudo o que envolve o Divino, a Bem-aventurança e os Laços Fraternos tem como primazia a simplicidade, e o que nos impulsiona a esse estágio de plenitude é o nosso desejo, a nossa vontade de transcender da matéria para o Sublime.

Abraços do amigo. D. D. Home.

Espíritos: Daniel Dunglas Home e Scheila Lopes.    

Por: Cenira Pereira, em 07-08-2020.

2 Comentários

  1. Luciano

    21 de agosto de 2020 at 2:48 pm

    Olá!
    Bom dia, prezada Cenira.
    Faço parte de um grupo de amigos que se reúnem diariamente para estudar e participar de palestras virtuais através do Zoom.
    Pessoalmente sou um profundo admirador de D. D. Home, inclusive possuo um livro acerca da sua vida e obras.
    Gostaria de saber, se possível for, se haveria alguma possibilidade de você proferir uma palestra virtual em algum dia da semana, às 16:00h, exceto 2a e 5a feira, para o nosso grupo. Sábado tmbm estaria à sua disposição, caso a prezada irmã pudesse nos brindar com a sua presença, ainda que virtual, naturalmente.
    Esperando que haja uma resposta positiva da sua parte,
    Att.,
    Luciano Heffner
    Paz e Bem em seus dias.

    1. cenira

      25 de agosto de 2020 at 2:19 pm

      Luciano,
      Agradeço o convite. Mas, infelizmente, no momento não posso aceitar.
      Realmente o Daniel (Mr.Home) merece a nossa admiração e profundo respeito, posso dizer que receber as suas mensagens é muito gratificante. Podemos tê-lo em alta estima, é um querido amigo.
      Abs., Cenira

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